Maringá quer sediar centros de inovação em irrigação, agricultura orgânica e pecuária leiteira

Aproveitar a experiência técnico-científica acumulada, e a estrutura física e de equipamentos existentes, e instalar centros de desenvolvimento e de difusão de tecnologia e inovação nas áreas de irrigação, produção de alimentos orgânicos e de pecuária leiteira. É a missão de três grupos de trabalho formados por professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e profissionais do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR).

Os pesquisadores e extensionistas rurais elaboram os planos de ação para serem apresentados ao Governo do Estado. A ideia é usar as áreas e os laboratórios do Centro de Treinamento em Irrigação e Drenagem (CTI) e da Fazenda Experimental da UEM para sediarem as ações de ensino, pesquisa e extensão a serem colocadas em prática. “A proposta é que os espaços sejam referência na formação acadêmica, da graduação ao doutorado, e no treinamento dos técnicos e dos produtores, que atuam no campo”, destaca o reitor da UEM, professor doutor Júlio César Damasceno.

 

Resultados impactantes

A expectativa é que os centros tecnológicos sirvam, também, para provocar resultados de impacto no agronegócio paranaense. “Há um leque de opções. Do uso de boas práticas agrícolas, no adequado manejo de solos e nascentes, da escolha adequada de plantas para a cobertura dos solos, para maior retenção de água, em períodos de escassez de chuva, até o uso correto dos equipamentos de irrigação. Do desenvolvimento de produtos e avaliação de variedades ao estímulo à adoção de métodos mais eficazes de cultivo alimentos, sem o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos. E, ainda, de manejo e de melhoramento genético do rebanho leiteiro”, diz Cristovon Videira Ripol, coordenador da Mesorregião Noroeste do IDR Paraná.

Para o diretor de Extensão Rural do IDR, Nélson Harger, os centros e o fortalecimento da longa parceria com a UEM vão, ainda, ser fundamentais para o êxito de políticas públicas adotadas pelo Governo do Estado e até pela União. “São estruturas essenciais para dar suporte às ações de campo desenvolvidas pelos técnicos do IDR, para a formação profissional dos alunos da Universidade, e para os agricultores. Além de projetar uma nova dimensão para melhorar, ainda mais, o desempenho da pesquisa e da transferência de tecnologia, pois os estudos estarão voltados para atender as demandas do mercado e da sociedade, tornando os resultados mais efetivos no agronegócio”, ressalta.

 

Sintonia

Vânia Moda Cirino, diretora de Pesquisa e Inovação do IDR, cita que o Governo do Paraná tem três robustos programas, nas áreas definidas para os centros de inovação. Na Irrigação, o Irriga Paraná busca equalizar o déficit hídrico, provocado pela falta de chuvas regulares. Nos alimentos orgânicos, a meta é, até 2030, servir 100% da merenda escolar, com alimentos orgânicos, nas mais de 2 mil escolas estaduais. Na pecuária leiteira, proporcionar mais produção, sanidade e apresentar formas de agregar valor, com a fabricação de derivados, como queijo.

Chefe do Departamento de Agronomia da UEM, o professor doutor William Mário de Carvalho Nunes acrescenta que a ideia de criar os centros surgiu de uma visita que Ripol, acompanhado de técnicos do IDR, e do chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Jucival Pereira de Sá, fizeram à área de 10 hectares, onde está instalado o Centro de Treinamento em Irrigação e Drenagem da UEM. “Quando eles conheceram o local, começamos a vislumbrar a ampliação das atividades desenvolvidas e da ocupação do terreno”, afirma. Ele reforça que a oportunidade, também, é uma iniciativa da própria Universidade em buscar inovação nas parcerias de ensino, pesquisa e extensão, que podem refletir em resultados promissores para a sociedade.

Ripol e Nunes explicam que os grupos de trabalho têm até meados de dezembro para concluírem os planos de ação. Em seguida, todo material produzido será entregue ao Governo do Paraná para que sejam incluídos nos programas estaduais e passem a receber os recursos e equipamentos necessários para atingirem os resultados esperados.

 

UMDT

A instalação dos centros de tecnologia é uma das linhas estratégicas da Unidade Mista de Desenvolvimento Territorial (UMDT). A iniciativa reúne a UEM, a Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), o IDR e o Núcleo Regional da Seab. “A região só é forte, se todos os municípios forem fortes. No primeiro momento, o foco da UMDT é estabelecer um ambiente favorável para a geração de emprego e renda no agronegócio e para fixar o homem no campo”, frisa o presidente da Amusep, prefeito de Mandaguari, Romualdo Batista, o Batistão.