Criatividade e habilidades individuais são os principais recursos do profissional da Assistência Social

Em um cenário de orçamento enxuto, “quase seco”, provocado, principalmente, pela interrupção do repasse de verbas por parte do Governo Federal, a saída para a oferta de serviços de qualidade para a população é recorrer à criatividade e as habilidades individuais dos profissionais que atuam na área. É o que foi demonstrado, durante a reunião mensal da Câmara Técnica da Assistência Social da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense. Das 8h30 às 17 horas, do dia 25 de setembro, uma quinta-feira, gestores e técnicos das 30 cidades da área de abrangência da Amusep vivenciaram uma experiência de “tirar o fôlego”, comandada pela pedagoga, Débora Cristina Rodrigues Capi Bernebé, e pela assistente Social, Dircilene Barbosa da Silva, servidoras da Prefeitura de Colorado.

A coordenadora da Câmara Técnica, secretária Municipal de Assistência Social de Atalaia, Carla Sibeli Armelim Vilhena, avalia que o encontro foi uma “verdadeira aula de boas práticas” e de exemplos “surpreendentes” sobre como é possível prestar um serviço com padrão de qualidade superior, com o uso de um violão, um pandeiro, livros, materiais recicláveis e uma “dose extra” de boa vontade e comprometimento. “Nem queríamos encerrar a reunião. Deixamos o Auditório do Sincomar (Sindicato dos Empregados no Comércio de Maringá e Região) com a esperança renovada e a certeza de que o diferencial reside nas pessoas, que trabalham no setor”, destaca.

 

Gratidão

Com um brilho intenso nos olhos, Michelli Rodrigues Ferreira Rigonato, assistente Social da Prefeitura de Paiçandu, emocionou a todos ao lembrar que iniciou a carreira dela, em 2009, como estagiária, ao lado de Débora e Dircilene. “Dez anos depois, resta uma única palavra - ‘gratidão’ - pelo aprendizado que vocês me proporcionaram. Grande parte da evolução da minha carreira devo a vocês”, ressalta para, em seguida acrescentar, que “hoje, tivemos mais uma prova da imensa capacidade criativa e gigantesca competência técnica de vocês”.

De acordo com a chefe do Escritório Regional da Sejuf, em Maringá, Silvana Pazzetto Arruda, o clima criado pelas duas profissionais deixou o público “nas nuvens”. Ela afirma que a “principal lição” do encontro é a de que se “tem que acreditar”. “Se o espaço da sala é pequeno, aproveitamos o calor humano para fortalecer os vínculos. Se o caixa está curto, usamos a estrutura do município para valorizar a amizade. Se enfrentamos uma montanha de dificuldade, recorremos ao respeito para resgatar a autoestima da parcela da população assistida”, frisa.

 

No tom

Embalada por vídeos e atividades práticas, a reunião “voou”, na opinião dos participantes, que lotaram o Auditório do Sincomar. Cada exemplo citado reforçava o “poder” da criatividade e o “peso” das habilidades pessoais. Para os idosos, “exercícios” sentados em uma cadeira. Para as crianças, brincadeiras infantis “do passado”. Para adultos e a juventude, contação de histórias e dramatizações. A maioria tendo a música como referência. Outra estratégia usada por Débora e Dircilene são os trabalhos manuais, como pintura de muros e paredes, bordados, produção de objetos, com material reciclado, entre outros.