?Escola é um local onde o aluno deve gostar de estar?, diz Cássio Mochi

A criança deve gostar de estar na escola. A curiosidade precisa ser valorizada para que ela esteja estimulada a querer aprender. O conhecimento necessita ser fruto da própria experiência do aluno. O professor é o responsável pela Educação de qualidade e pela eficácia do aprendizado. Foi a partir dessas provocações que o professor Cássio Marcelo Mochi criou um ambiente de reflexão entre os participantes do V Seminário Regional da Educação, promovido pela Câmara Técnica Setorial da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), com apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Com a presença de cerca de 200 participantes, o evento ocorreu nesta terça-feira (23), no Centro de Convenções Doutor Décio da Silva Bacelar, em Mandaguari. Das 30 prefeituras da área de abrangência da Amusep, 28 estiveram representadas. Para o primeiro vice-presidente da Associação, prefeito anfitrião, Romualdo Batista, a participação “maciça” dos secretários municipais, diretores de escolas, e de coordenadores pedagógicos revela o quanto os gestores da Rede Pública Municipal de Ensino estão “determinados” a ofertarem uma Educação de qualidade à população. O presidente da entidade, prefeito de Atalaia, Fábio Fumagalli Vilhena de Paiva, estava em Curitiba, onde participou da eleição e posse da nova Diretoria da Associação dos Municípios do Paraná (AMP).

A coordenadora da Câmara Técnica, secretária Municipal de Educação de Mandaguari, Adenise Batista Rodrigues, explica que o V Seminário Regional foi idealizado para ressaltar as boas práticas pedagógicas adotadas nos municípios e para incentivar a disseminação delas em outras cidades. “Volto a dizer: não podemos ser uma ilha. A construção de uma Educação grandiosa, séria, só se consolida com o partilhar, com o multiplicar das experiências exitosas”, destaca. A presidente da Undime Paraná e da Autarquia Municipal de Educação de Apucarana, Marli Regina Fernandes da Silva, acrescenta que eventos semelhantes aos promovidos pela Amusep enriquecem o debate, reconhecem os resultados alcançados e facilitam o acesso a modelos de sucesso.

Caminho ideal

Na opinião do presidente da Cooperativa de Crédito Sicredi Agroempresarial, Agnaldo Esteves, o fortalecimento da Educação, principalmente do Ensino Básico, é o “caminho ideal” para resolver grande parte dos problemas do Brasil. “Além do conhecimento, que move as engrenagens da inovação e do progresso, a escola é o local para consolidarmos nossos valores e princípios”, afirma. Como exemplo de ações que contribuem para o avanço da Educação, ele cita o programa “União Faz a Vida”, do Sistema Sicredi, que atende 400 mil alunos, distribuídos por todas as regiões do País.

O presidente da Câmara Municipal de Mandaguari, vereador Hudson Efraim Theodoro Guimarães, comenta que o Seminário joga luz sobre os desafios enfrentados pelos profissionais, tantos os que se dedicam à gestão, quanto os que estão todos os dias em sala de aula. Professor do Ensino Médio, ele acredita que a profissão de transmitir conhecimentos é uma nobre missão, pois se traduz na “mola propulsora” para promover a transformação na vida dos alunos.

Século XXI

Com o tema “Uma Reflexão sobre o Papel da Escola e do Professor para uma Educação do Século XXI”, o professor Cássio Mochi abriu a palestra dele dizendo que a estruturas das escolas correspondem às do Século XVIII, os professores tem o perfil dos mestres do Século XIX para ensinarem crianças dos anos 2000. “É um cenário, onde tudo está desconexo, sem ligação. Um panorama a ser modificado com urgência”, alertou. Outro agravante é que as universidades públicas, no Brasil, recebem três vezes mais investimentos do que os recursos destinados ao Ensino Básico.

Filosofo, formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), citou as diferenças entre dar matérias e ensinar conteúdos. Reforçou que decorar é um ato momentâneo e que aprender é um legado que se leva para a vida toda. Defendeu que os professores necessitam estar em constante formação. Que é preciso pensar com a cabeça das crianças. “O professor do Século XXI é acolhedor; um mediador do processo do conhecimento. Tem sensibilidade para estimular a criatividade das crianças. Para incentivá-las a aprender com a própria experiência delas. Que constrói o conhecimento junto com o aluno”, frisou.

Oficinas

No período da tarde, a programação do V Seminário Regional da Educação foi destinada a oficinas com boas práticas pedagógicas. A professora Lucineide Rodrigues falou sobre o “Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)”. A professora Ângela Cássia Silva Capóia de Osti apresentou a metodologia e os resultados do “Programa de Volta para a Escola - Combate à Evasão Escolar”, desenvolvido pela Prefeitura de Mandaguari. A professora Sônia da Silva Berti comentou questões relacionadas à “Transição Educação Infantil X Ensino Fundamental” e à “Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”. Lucineide, Ângela e Sônia são coordenadoras pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação de Mandaguari.