Implantação da Base Comum Curricular é principal desafio da Educação

A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um, amplo e complexo, documento que necessita ser, profundamente, estudado para que as conquistas projetadas, a partir dele, cheguem às salas de aula e transformem a vida de quem é a essência da Educação: os alunos. É o que se conclui dos debates realizados durante o IV Seminário Regional da Educação promovido, no dia 18 de abril, em Maringá. O evento foi organizado pela Câmara Técnica da Educação da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Para a coordenadora da Câmara Técnica da Amusep, secretária de Educação de Mandaguari, Adenise Batista Rodrigues, a implantação da Base é um desafio para todos os profissionais envolvidos com a gestão e a execução do ensino público no País. “Agora, mais do que nunca, a troca de informações deve ser permanente. Neste momento, ninguém pode ser ilha, precisamos ser arquipélagos”, comparou. A presidente da Undime Paraná, Marli Regina Fernandes da Silva, diretora-presidente da Autarquia Municipal de Educação de Apucarana, destacou que a mobilização visa garantir o direito de aprender a toda a criança do País.

A secretária Municipal de Educação de Maringá, Valkíria Trindade de Almeida Santos, que representou o prefeito Ulisses Maia, no evento, lembrou que, até 2020, os municípios serão obrigados a reformular todos os currículos deles, baseados nas diretrizes da BNCC. “É um compromisso muito sério. Por isso, nossa união regional é essencial para oferecermos um modelo avançado de Educação, que ajude na construção de um País mais justo e com menos desigualdades”, ressaltou. O vereador Paulo Rogério do Carmo, de Maringá, comentou que os legisladores também precisam se inteirar do assunto para poder propor e debater, com propriedade, as leis e as políticas públicas voltadas para o setor.

Prefeita de Presidente Castelo Branco, Gisele Potila Faccin Gui, lembrou que, antes de ingressar na política, é professora. Que participava do Seminário para se atualizar e poder atender a demanda da Educação e atender as expectativas da sociedade. O primeiro vice-presidente da Amusep, prefeito de Mandaguari, Romualdo Batista, afirmou que “só novas atitudes serão capazes de fazer surgir uma Nação democrática e próspera”. “E comportamento é fruto da formação e do conhecimento das pessoas”, enfatizou. O presidente da Amusep, o prefeito de São Jorge do Ivaí, André Luís Bovo, acrescentou que a grande participação dos profissionais do setor é uma prova da disposição de todos em multiplicar os resultados positivos da Educação, nos municípios da região.

Programação

Cerca de 500 pessoas participaram do IV Seminário Regional da Educação. Além de secretários municipais, diretores de escolas e servidores municipais ligados ao setor das 30 cidades da área de abrangência da Amusep, estiveram presentes representantes de sete municípios de outras regiões - Araruna, Cianorte, Cruzeiro do Sul, Inajá, Jandaia do Sul, Moreira Sales e Terra Boa. As atividades foram desenvolvidas no campus do Centro Universitário Ingá (Uningá), em Maringá.

Na abertura dos trabalhos, pela manhã, as professoras doutoras da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Eliana Cláudia Navarro Koepsel, do Departamento de Fundamentos da Educação; e Marta Sueli de Faria Sforni, do Departamento de Teoria e Prática da Educação, falaram sobre os desafios impostos pela BNCC à Educação brasileira. Principalmente, aos relacionados à organização e aos conceitos teóricos que devem ser repassados pelas disciplinas a fim de estabelecer uma base sólida e segura de conhecimento no aprendizado dos alunos.

À tarde, o período foi dedicado aos debates específicos, por área de atuação. Em um auditório da Uningá, os profissionais da Educação Infantil discutiram as diretrizes da Base Comum, com a gerente da Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de Maringá, Juliana Macedo Balthazar Jorge.

Em outro espaço, profissionais do Ensino Fundamental, das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, analisaram os termos da BNCC com as formadoras educacionais da Secretaria Municipal de Educação de Maringá, Raquel Lipe de Oliveira Marchioli, Valéria Langer Girotto e Telma Xavier do Nascimento.

Em um terceiro auditório, os secretários municipais de Educação começaram a esboçar as demandas da região, que vão compor a pauta única de reivindicação da Amusep. O documento será entregue aos candidatos às eleições de outubro deste ano. “Vamos mostrar que nossa visão é regional. Que trabalhamos em conjunto para o avanço da Educação”, frisou a coordenadora da Câmara Técnica, Adenise Rodrigues.

Cultura

Na volta do intervalo para o almoço, os participantes foram brindados com uma apresentação cultural. Os alunos dos terceiro, quarto e quinto anos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Victor Beloti, de Maringá, mostraram duas coreografias. A primeira inspirada no movimento musical da “Jovem Guarda”, que surgiu, no Brasil, nos anos sessenta do século passado, cujo expoente é o cantor e compositor Roberto Carlos. Na segunda, o tema foi o Frevo. Dança frenética, de ritmo acelerado nascida em Recife, Pernambuco, é um dos patrimônios da cultura brasileira.

2019

Homologada no dia 20 de dezembro do ano passado, a BNCC vai entrar em vigor no ano letivo de 2019. O documento vale para todo o País. A proposta é aproximar o ensino das escolas públicas e privadas de ensino infantil e fundamental em todas as regiões do Brasil. Outra meta é reduzir disparidades encontradas entre os currículos adotados nos estados brasileiros. “É preciso uniformizar e padronizar os conteúdos repassados aos alunos, independentemente, se estão matriculados na rede oficial ou particular. Se estudam no Norte ou no Sul”, defende o ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho.