Chegar em dezembro com as seis câmaras temáticas em pleno funcionamento; com um envolvimento maior dos participantes; e com as propostas transformadas em ações que resultem em avanços socioeconômicos para a população. Foi com esse espírito que os integrantes retomaram as atividades do Comitê Territorial de Desenvolvimento de Ambiente para os Pequenos Negócios, na região da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep). O primeiro encontro foi realizado no dia dois de março, na sede do Escritório Regional Noroeste do Sebrae, em Maringá.
Valério Matiolli Marqueze, agente de Crédito, em Sarandi, espera que, este ano, a estrutura do Comitê Territorial seja consolidada e o trabalho apresente mais resultados positivos. Ele cita que, em 2017, o município dele contabilizou um crescimento de 340% na liberação de microcrédito. “Um salto considerável, que foi impulsionado pela nossa participação na Câmara Temática do segmento”, destaca.
Para a gerente da Sala do Empreendedor de Maringá, Cássia de Fátima Mendonça, os integrantes do Comitê vão ter que praticar ações no dia a dia para ampliar o envolvimento de mais pessoas. “O número de representantes dos vários setores da sociedade regional precisa aumentar. Assim, mais municípios serão contemplados com programas voltados para estimular o progresso e a geração de emprego e renda”, ressalta.
Panorama econômico
Na abertura dos trabalhos do Comitê, em 2018, o economista João Ricardo Tonin traçou um panorama sobre o cenário atual e as tendências para a economia nacional, estadual e regional. Comentou que os indicadores começam a reagir. Ilustrou com o aumento de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas por um país) brasileiro, no ano passado, depois de duas quedas consecutivas, em 2015 e 2016 respectivamente. Também citou os juros básicos, a taxa Selic, que, hoje, está em 6,75%, ao ano, depois de atingir o patamar de 14,25%, ao ano, em julho de 2015.
Tonin afirmou que a queda nos juros vai favorecer setores como o mercado imobiliário, pois a tendência é haver uma oferta maior de linhas de crédito para o financiamento da compra da casa própria. Também vai influenciar no controle da inflação e na taxa de câmbio. Na esfera estadual, a recuperação dos preços das commodities, principalmente da soja e do milho, vai refletir no mercado de máquinas e implementos agrícolas e, até, na venda de carros novos.
Futuro
Em relação às políticas públicas a serem adotadas pelos municípios, o economista alertou para temas que precisam estar na pauta das discussões de hoje, pois, no futuro, vão interferir na qualidade de vida dos cidadãos. De acordo com as projeções para 2040, a região vai sofrer um crescimento populacional considerável. O envelhecimento das pessoas é outra tendência. Estima-se que em um grupo de um milhão de habitantes, haverá 150 mil idosos. “Se esses dados forem levados em consideração, agora, muitas ameaças passam a ser oportunidades”, avalia.
Um dos caminhos apresentados pelo economista é os líderes buscarem conhecer como as cidades são lembradas e quais os setores da economia que se destacam. Outro é atrair empresas para fortalecer os segmentos instalados. Valorizar as organizações familiares e aumentar a participação do empresariado local nas licitações também são recomendados. Há ainda a necessidade de integrar políticas públicas entre cidades vizinhas e ampliar o uso de tecnologias modernas pelos municípios.