Silvio propõe consultas pela internet com especialistas

Jornal O Diário

Silvio propõe consultas pela internet com especialistas


Objetivo é preservar os especialistas que atendem ao Cisamusep, que ameaçam debandar por causa do grande número de ausência às consultas

O prefeito de Maringá, Silvio Barros, quer que o Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cisamusep), da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), instale câmeras de vídeo para compensar a a ausência dos pacientes às consultas com especialistas. A consulta seria, assim, feita pela internet. “Os pacientes não precisarão se deslocar a Maringá, podem ser atendidas em suas cidades”, disse.
Silvio defendeu que “é preciso estabelecer mecanismos para evitar as faltas de pacientes, já que é difícil se conseguir médicos especialistas”. Segundo o prefeito, “temos especialistas pedindo o descredenciamento porque vão ao Cisamusep, ficam esperando, e muitas vezes o paciente não aparece. Se este médico estivesse no consultório dele, estaria atendendo e ganhando...

Por isso eles estão se descredenciando do Cisamusep, o que é preocupante. Nós temos que buscar uma solução rápida, porque daqui a pouco não vamos ter mais médicos para atender às especialidades”, explicou Silvio.

O Secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, endossa a ideia do prefeito que, para ele, é “boa e viável”. “O que ele sugeriu é telemedicina. Hoje alguns serviços médicos já são exercidos desse modo. É o caso, por exemplo, do exame de eletrocardiograma: o paciente é atendido, um código é enviado para uma central e o laudo é enviado por fax.
Isso existe há bastante tempo. Essa é uma medida que reduz o custo do atendimento e não precisa que um cardiologista esteja presente”, explicou Nardi. Segundo o secretário, a idéia de Silvio Barros é semelhante. “A sugestão do prefeito é de que, por meio de uma webcam, instalada num consultório numa cidade da região, o paciente possa ser atendido por um especialista do Cisamusep.

Na prática seria assim: lá na cidade dele, o paciente e um clínico geral se sentariam na frente da câmera e apresentariam o problema. Aqui do outro lado, um médico especialista analisa os exames e diagnostica. Esse é um serviço que já existe em algumas empresas particulares em São Paulo, mas é inédito no atendimento público”, afirmou Nardi.

“Ideia parece boa”
Na opinião do diretor do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Maringá, Natal Domingos Gianotto, a “ideia parece boa”. Natal argumenta que “a consulta médica tem que ser presencial, como determinam os preceitos éticos da medicina. Mas, se lá do outro lado o paciente estiver acompanhado de um médico, pode ser viável, sim (a participação do especialista). Gianotto enfatiza que essa é sua opinião pessoal, não a do CRM, cujo departamento jurídico teria de ser consultado.

O diretor do Hospital Universitário e professor do Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), José Carlos Amador, disse, por meio de sua assessoria, que “a telemedicina é um campo a ser explorado, mas que para recorrer a ela é necessário resolver algumas questões éticas”. A UEM realiza estudos nesta área.