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Meta é instalar 200 estações meteorológicas, em uma área de 16,5 mil quilômetros quadrados, a maior densidade na América do Sul, a partir de modelos vigentes nos EUA e Europa

 

* Por Rogério Recco

Da Assessoria de Imprensa Cocamar

 

 

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial e três associações de municípios da região noroeste do Paraná formalizaram acordo para a criar uma rede colaborativa inédita no País, por meio da qual pretendem obter mais assertividade nos prognósticos de previsão do tempo e análises climáticas e, assim, contar com uma ferramenta para auxiliar gestores públicos na programação de obras, orientar produtores rurais no planejamento das lavouras e apoiar a defesa civil no monitoramento de eventos extremos, entre outros fins.

 

O acordo foi firmado na manhã do dia 24 de julho, uma quarta-feira, na sede da Cocamar, em Maringá. O documento foi assinado pelos presidentes das associações dos municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), prefeito de Itaguajé, Crisógono Noleto e Silva Júnior, o Juninho; do Noroeste do Paraná (Amunpar), prefeito de Terra Rica, Júlio César da Silva Leite; e do Médio Noroeste (Amenorte), prefeito São Manoel do Paraná, Agnaldo Trevisan. A Cooperativa foi representada pelos presidentes do Conselho de Administração, Luiz Lourenço: e executivo, Divanir Higino.

 

 

Inovação

 

A princípio a rede vai reunir 60 municípios, em um raio de 16,5 mil quilômetros quadrados. A estrutura vai se somar à estrutura às 55 estações meteorológicas instaladas em propriedades de cooperados da Cocamar e distribuídas por várias regiões. “Há cinco anos, trabalhamos com serviços avançados de processamento de dados de previsão do tempo. Com a parceria com as associações regionais de municípios vamos expandir a área de atuação e proporcionar uma assertividade superior a 80%, nas projeções de curto prazo”, destaca Luiz Lourenço.

 

 

Confiáveis

 

Por meio da tecnologia oferecida pela empresa suíça Meteoblue, os usuários vão ter acesso a um leque de imagens e dados mais confiáveis. As informações, atualizadas a cada 15 minutos, vão estar disponíveis nos sites da cooperativa, das prefeituras e em um aplicativo. “Vamos ter um monitoramento semelhante ao disponível nos Estados Unidos e na Europa, para prever tempestades e oscilações climáticas”, ressalta Higino.

 

 

Monitoramento

 

O gerente executivo técnico da Cocamar, Renato Watanabe, explica que a rede colaborativa vai ser uma malha de dados auditáveis, que vai auxiliar em ferramentas importantes para os produtores como o seguro rural. Também, vai proporcionar uma visão de três horas à frente, a partir do acompanhamento da movimentação de nuvens e chuvas. Todas as informações serão processadas em supercomputadores da empresa Meteoblue, com sede na Suíça. “Teremos dados e alertas mais precisos”, comenta.

 

 

Etapas

 

De acordo com o coordenador técnico da Rede, Leonardo Dante, o programa se desenvolve em quatro etapas. Na primeira, ocorrerá a implantação da plataforma nas prefeituras. A segunda, prevê um estudo técnico dos pontos de monitoramento. Na terceira, será instalada a rede de estações. Na quarta, haverá a configuração e a ativação do pós-processamento, por meio de Nowcasting.

 

 

Antecipar

 

O presidente da Amusep, afirma que, com a rede será possível antecipar providências antes da ocorrência de possíveis catástrofes. “Todos vão ganhar. Os gestores públicos, a população e, em especial, os agricultores que poderão administrar melhor o manejo das culturas e reduzir custos, com o plantio, pulverizações e colheitas em condições climáticas mais favoráveis”, ressalta.

 

 

Segurança

 

Para o presidente da Amunpar, Júlio Leite, o sistema terá a vantagem adicional de proporcionar mais segurança aos turistas, que frequentam as praias de água doce, no Rio Paraná, e aos praticantes de voo livre. Ele cita que, recentemente, uma tempestade provocou pânico e deixou pessoas ilhadas, na região de Porto Rico. “Os alertas sobre eventuais mudanças climáticas vão evitar que as pessoas se desloquem das cidades deles ou coloquem as embarcações para navegar”, acrescenta.

 

 

Diferença

 

Na opinião do presidente da Amenorte, Agnaldo Trevisan, o novo modelo vai fazer a diferença, porque vai favorecer o planejamento das atividades do campo e contribuir para antecipar tomadas de decisão na cidade. “Com mais confiabilidade nos dados meteorológicos, vamos melhorar as condições de vida do nosso povo”, resume.

 

 

Estações

 

Cada município que for integrar a rede vai instalar de duas a quatro estações em prédios públicos. Os locais serão definidos após estudo do terreno. A meta é, em uma área de 16,5 mil quilômetros quadrados, reunir 200 pontos de captação de informações. Desse total, 35 serão de responsabilidade da Cocamar.

 

 

Setembro

 

A expectativa é que, com a adesão das associações regionais de municípios, o serviço esteja 100% ativo em setembro, mês em que inicia a semeadura da próxima safra de verão, e antes do período de chuvas normalmente mais intensas.

 

 

Projeção

 

A projeção, segundo Luiz Lourenço, é que o sistema seja adotado por outras cooperativas, por meio da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), empresas e, ainda, sensibilizar o Governo do Estado. “É a oportunidade para modernizar o modelo atual, ampliar a previsibilidade, garantir mais segurança para a população e para o produtor rural, levando-se em consideração que a agricultura é o carro-chefe da economia estadual”, argumenta.